quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Gravação do Programa O Aprendiz

Fui selecionada pela minha universidade, a Uninove, para assistir a gravação do  Especial Aprendiz Universitário, nos estúdios da Record. A platéia foi composta por universitários da cidade de São Paulo.

Esse é o meu mundo, o das gravações. O clima de estúdio me fascina e a agitação da produção para que tudo saia impecável, mexe muito comigo. Pensei, é a Rede Record está precisando de um profissional como eu (rsrs). Com a experiência de 19 anos de trabalho, fica muito fácil identificar, quando ocorre falhas na logística de uma gravação. Por exemplo, Roberto Justos estava com as fichas dos candidatos à vaga do Aprendiz 6, sem numeração. Isso é primário. Como é que o apresentador vai por em ordem fichas sem numeração?

Conhecer o Justos foi uma surpresa muito agradável. Ele é completamente diferente do que vemos na televisão. Pensei que era sério, inacessível. Mas ao contrário do que imaginava, ele foi super gentil e atencioso com a platéia.



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

REVISTA REALIDADE!


MORADORES DE RUA
QUEM SÃO ? PRA ONDE VÃO?
A REALIDADE DE
PESSOAS
QUE VIVEM
“ESQUECIDAS”
PELA SOCIEDADE



No Dia da Consciência Negra,
moradora de rua é expulsa da
igreja, pelo seu irmão de raça.
Fotos: Chris Lopes


Vinte de novembro de 2008,
comemoração do Dia da
Consciência Negra. O cortejo
seguiu para a Igreja da Sé. Lá
dentro, Rita, moradora de rua,
estava dançando inocente e feliz,
quando foi abordada pelo
segurança, que incomodado com
tanto entusiasmo, pediu que ela
se retirasse do Templo Sagrado.
Templo esse, que diz ter as portas
abertas a todos os filhos de Deus.
E o morador de rua, não é filho
de Deus? Além de lhe tirarem o
direito a educação, moradia e
saúde, ainda lhe tiram a
p a t e r n i d a d e ?



Trabalho da Prefeitura:
Cadastro para ter direito a
tomar banho.
Foto: Chris Lopes
























O Profeta:Será que ele previu
que ficaria nessa
situação?
Foto: Chris Lopes


Sofrimento estampado no rosto.
Foto: Chris Lopes


Quem são essas pessoas? Para onde elas vão
e o que o futuro representa para elas? Essas são
perguntas que a maioria das pessoas, não está
preocupada em responder. Para muitos, o morador
de rua é um pobre coitado sem rosto, sem
identidade, sem importância.
Vendo de perto, conhecemos pessoas normais.
Infelizes sim, mas gente como a gente. Pessoas
que têm sonhos, que são inteligentes e que são
solidários uns com os outros. Eles não tinham nem
um pão velho para comer, mas a Xuxa, cadelinha
de estimação e companheira de sofrimento, tinha
iogurte e ração no seu pratinho. Isso exprime o
sentido da palavra solidariedade.


Na rua também encontramos o glamour. Lafonte (à esquerda) tem Orkut e conversa no MSN.
Foto: Édila Guimarães

O morador de rua Lafonte, é um exemplo
disso. Carioca e ex-estudante da
faculdade de psicologia, no Rio de
Janeiro, sonha em voltar a estudar, para
fundar uma instituição de caridade e dar
um lar para todas as pessoas que estão
nas ruas. Homossexual, que excluído
pela família e pela sociedade, passou a
viver esse drama de não ter para onde ir.
Extrovertido, se diz uma pessoa feliz e faz
questão de distribuir o seu Orkut e o seu
endereço eletrônico, aliás é o único
endereço que ele tem.




Poliglota, adotado e resgatado da miséria na Somália – África. Foi abandonado na rua, para
conhecer a miséria em solo brasileiro. Fotos: Régis Thiago e Édila Guimarães

Billy, nascido na Somália em
1971. Órfão,foi resgatado da fome no
país africano que estava em guerra e
adotado por um casal de brasileiros.
Ficou órfão novamente aos dez anos
de idade. Os filhos do casal, o jogou
na rua e ele passou a conhecer o
que é miséria e fome, só que agora
em solo brasileiro. Aos 37 anos, Billy
não consegue ter uma família, diz
estar muito traumatizado para
constituir uma e por isso, prefere
ficar na rua. Poliglota, fala quatro
idiomas, é inteligente e sensível.
Esse é o morador de rua, que teve a
preocupação de perguntar qual o
sentimento da equipe, em estar
executando esse trabalho. Não pediu
dinheiro, moradia, nem comida. Só
pediu respeito e amizade, ou seja,
que alguém se importe com eles,
como seres humanos que são.















A realidade nua e crua
do morador de
rua: Covardemente
agredido pelas
costas enquanto dormia.




Moradores dormem
durante o dia porque a
noite a polícia não deixa.










Idade é sinal de respeito, mas, o
descaso e a dor de morar na rua
não respeita nem os mais velhos.










Fotos: Andréia Cardoso, Luis Ventura,
Édila Guimarães, Régis Thiago e Chris Lopes.







Bebo para esquecer...
























Pensando ou lamentando? O que
estaria passando na cabeça dele.




















O melhor amigo do homem. Tão fiel, que
compartilha até o sofrimento.






O morador de rua não está preocupado
com a crise financeira, com a alta do
dólar ou se Barack Obama foi eleito
presidente da maior nação do mundo.
Eles estão preocupados se vão
conseguir dormir de noite e não serão
agredidos pela polícia ou pelos Skin
Heads, que os atacam covardemente,
até mesmo quando estão indefesos.
A sensação de impotência e de
indignação, de nada resolve. O
morador de rua precisa de atitudes
concretas e não do cadastro feito pela
prefeitura da cidade de São Paulo, que
lhe dá direito a um banho por semana.
É necessário mais do que iniciativas
de grupos de assistência social ou de
pessoas isoladas. Eles precisam ser
inseridos na sociedade, como
cidadãos que são. Cidadão, que no
dicionário quer dizer “ habitante de
uma cidade, indivíduo no gozo dos
direitos civis e políticos de um
estado”. Ou seja, direito a educação, a
saúde, a moradia e alimentação.
Coisas que só ouvimos falar em época
de eleição, mas que logo são
esquecidas.

Christine Lopes





Trabalho de Fotorreportagem produzido por:
Andréia Cardoso
Christine Lopes
Édila Guimarães
Luis Ventura
Régis Thiago
Sob a orientação da Profa.
Caroline Sotilo